A campanha Setembro Amarelo para prevenção do suicídio e reconhecimento dos sinais de risco acontece anualmente. Redes sociais, outdoors, sites e reportagens abordam a temática sazonalmente. A forma como os meios de comunicação reportam casos de suicídio pode fazer uma de duas coisaas: Criar uma tendência contagiosa inadvertidamente (Estou pensando diretamente em você, Netflix, que fez exatamente isso com a série "13 Reasons Why") ou pode educar e ajudar outros a receber tratamento.
Vamos começar primeiro por tudo o que deve ser evitado:
Descrições detalhadas do suicídio, incluíndo especificidades como método e local - elas aumentam o risco de um indivíduo vulnerável imitar o ato (Ouviu bem Netflix?)
Evite romancear a história de alguém que suicidou, mostrar tributos de amigos ou familiares.
Evite relatos na primeira pessoa de adolescentes sobre suas tentativas de suicídio. A atenção positiva pode-se fazer com que indivíduos vulneráveis, que desejam ser o centro das atenções, tentem tirar suas próprias vidas.
Evite glamourizar o suicídio de uma celebridade (Lembram do caso de Kurt Kobain?) pois pode causar uma epidemia entre jovens vulneráveis. Não permita que o glamour da celebridade deixe em segundo plano os problemas mentais ou com drogas que possam ter contribuído para sua morte.
Evite exagerar a frequência de suicídios com expressões como "epidemia de suicídios", que pode fazer com que indivíduos vulneráveis pensem que é uma resposta aceitável ou normal para seus problemas. Mesmo nas populações com altos índices de suicídios, eles são incomuns.
Evite palavras como "cometeu suicídio", "falhou ao tentar o suicídio" ou "sucesso ao cometer suicídio". O verbo cometer é usualmente utilizado para pecados ou crimes. O suicídio é melhor entendido em um contexto de saúde e não criminal. "Falhou" ou "sucesso" indicam resultados favoráveis ou inadequados. Considere utilizar "morte por suicídio" ou "tentativa de suicídio não-fatal".
Se você quer contribuir em redes sociais ou escrever sobre o tema, tente incluir essas sugestões:
Sempre inclua um número de telefone e informação sobre onde buscar ajuda.
Enfatize os recentes avanços no tratamento da depressão e outras doenças mentais. Inclua histórias de pessoas cujo tratamento salvou suas vidas ou que conseguiram lidar com o desespero/desamparo sem tentar o suicídio.
Entreviste um profissional de saúde mental que tenha conhecimento sobre suicídio e o papel do tratamento ou avaliação de doenças mentais como estratégia de prevenção
Enfatize ações que a comunidade pode por em prática para prevenir suicídios
Inclua um quadro com sinais de alerta, fatores de risco e de proteção ao suicídio.
Se você precisa de ajuda, ligue 188 para CVV - Centro de Valorização da Vida ou no site http://www.cvv.org.br
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