Vanessa Marsden
12 de abr de 20222 min
David Byrne vai fazer 70 anos em breve e, em uma entrevista sobre sua carreira (link nos comentários), ele divulga como foi conciliar a vida de astro do Pop com os sintomas de autismo.
Conhecido no Brasil com a música “Psycho Killer”, ele se descreve como portador de Asperger moderado. Campeão de visões individualistas que compõem um caleidoscópio social, o fato de declarar sua condição como aspecto vital de sua arte serve como uma declaração brilhante do poder da inclusividade e do reconhecimento da beleza em nossas diferenças ao invés de sucumbir à dominação da conformidade.
Indivíduos no espectro autista geralmente têm dificuldade na interação social convencional. Não é que não consigam se comunicar emocionalmente, mas o fazem através de processamento diferente do mundo. Byrne sentia que essa expressão era mais fácil através de performances artísticas.
“Eu não conseguia falar com as pessoas cara a cara, então subia no palco e começava a gritar e me movimentar”. Seu estilo único não era limitado aos palcos e permeia suas composições. Em entrevista à TV britânica BBC ele revelou que acha libertador se apresentar: “Há algo sobre ter a atenção direcionada à você (no palco), mas ser meio anônimo”.
Ainda na entrevista, de forma honesta, falou sobre como lida com dificuldades inerentes associadas à condição: “As expressões saem boca a fora”. Por outro lado, “eu não tenho problemas em ficar sozinho ou focar em algo. É o meu superpoder”.
A vida, para todos nós, tem altos e baixos e tentamos lidar com ela da melhor forma possível. Os indivíduos no espectro estão na mesma estrada, aproveitando a vista e passando pelos buracos. Eles apenas têm um neurotipo diferente enquanto fazem a jornada.
Em 1986 Byrne foi co-autor e diretor da comédia “True Stories”, reconhecido como um exemplo de expressão do autismo no cinema.
Fonte: https://faroutmagazine.co.uk/how-david-byrne-helped-to-change-public-perception-of-autism/